sábado, julho 01, 2006

Nasce-se criança

ninguém nasce já homem ou mulher.
Rita não foi diferente. De menina passou a rapariga. Sonhou tocar piano, casar de véu e ser feliz para sempre, como lhe parecia que os pais eram.


Katia Chausheva

Foi aluna destacada pela inteligência e postura correcta. Atenta educada.

- Parece uma senhora.

Havia quem dissesse. Rita às vezes ouvia e orgulhava-se. Sentia-se diferente das demais e talvez fosse.

Mas a vida não trata os diferentes com carinho de mãe ou professor.

Até àquele dia, àquele homem, nada fazia prever que viesse a ser pasto para as securas alheias, para as insanidades e luxúria que cedo conheceu.

by Yuri Bonde

Tinha dezasseis anos e um amor. Era assim que pensava até fazer a análise e contar-lhe que tinha no ventre quase infantil, outra criança.

O homem sorriu, acarinhou-a, disse-lhe até:

- Que bom Rita! Vai ser uma menina como tu, linda e doce.

O homem não voltou.

Escondeu a gravidez até poder. Quando contou aos pais, a mãe adoeceu. O pai culpou-a.

- Volta para ele e que te crie o filho. Aqui não ficas mais. Destruíste os nossos sonhos. Já não és a fiha que criámos. Vai-te embora!

De tantas noites dormir nos clautros, acabou por ter o filho num mosteiro, ao abrigo do segredo de confissão.

Dias depois fugiu, filho à ilharga, pendurado quando o cansaço era demais.

Ela própria de vida pendurada nas mãos de um deus, que às vezes adormece.

.....aka..... (akawisz)




(lá terei de continuar...)

8 Comments:

Anonymous Anónimo disse...

Passei por cá e gostei muito. Parabens. Beijinho*

1:36 da manhã  
Blogger Verena Sánchez Doering disse...

uiii que triste
a esa edad abrazando el amor, crees en todo
en el mundo hay mil Rita que quedaron en soledad amando un sueño y una promesa
gracias por tus bellos saludos en Mis Ausencias, escribo aquellas pequeñas cosas que mi alma siente en el dia a dia
escribo para envolver mi vida de letras
gracias por tu compañia y un abrazo muy grande
un bello dia domingo y un gran besote


besos y sueños

2:51 da manhã  
Blogger Verena Sánchez Doering disse...

uiii de me olvido algo
gracias

VIVA PORTUGAL y me alegra el triunfo de hoy
tu idioma es bello y magico

besos y sueños

2:52 da manhã  
Blogger della-porther disse...

D.

"Mas a vida não trata os diferentes com carinho de mãe ou professor".

Tens toda a razão.

Continuo por aqui e gostando.

Beijos e uma boa semana

12:39 da tarde  
Blogger José Pires F. disse...

Evidentemente!
A continuação impõe-se como necessária e imprescindível, nesta história que reconheço na semelhança com outras bem reais e que os pais não souberam perceber para além do erro primário da adolescente Rita.
Para além de ser uma boa história, mais importante é ter os contornos de testemunho de uma vida, que é a história de muitas adolescentes.
Com expectativa aguardo a continuação.
Grande abraço.

12:47 da tarde  
Blogger Ana Luar disse...

Infelizmente uma história que conheço bem de perto e que doi bem cá dentro... pena que nem sempre os pais consigam perceber que somos humanos e que cometemos erros que acabamos por ser nós mesmos a pagar. Fico a aguardar a continuação de uma história que bem poderia ser a minha... ou a de mais de centenas de mulheres por esse mundo.

5:25 da tarde  
Blogger Era uma vez um Girassol disse...

História, ficção...
Ritas havia...agora não!!!!
Queremos os netos, os filhos tudo!!! Já não se põem as filhas fora de casa por engravidar...
Mas existem histórias reais assim, tenho uma mesmo colada a mim !
As imagens são espantosas, o texto de grande qualidade.
Aguardo...Bjinho

8:46 da tarde  
Blogger Teresa Durães disse...

Claro que tens de continuar!
(não começasses eheheheh)

Arranjaste publico... agora tens obrigações lololol

Aqui se espera...

9:23 da tarde  

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